ABSTRACT
Introdução: Debater artes durante a graduação pode ser uma forma criativa de desenvolver novas percepções e perspectivas para estudantes de medicina. Promover atividades que visem criar momentos envolvendo temáticas humanísticas, simultaneamente ao conhecimento técnico médico, como artes e atividades físicas em um ambiente lúdico, continua sendo um desafio. Nesse contexto, foi criado um Programa Extracurricular de Aperfeiçoamento Global de Estudantes de Medicina (GIPMS) da Universidade de Fortaleza, que incluiu encontros envolvendo diversos estímulos artísticos. Objetivo: O objetivo deste trabalho é avaliar se o contato com a arte durante a graduação no contexto do GIPMS pode gerar percepções, sentimentos e reflexões para proporcionar importantes debates. Métodos: Foi realizado um estudo qualitativo prospectivo com um total de 42 sessões de grupo focal, que foram gravadas e transcritas na íntegra. Cada grupo foi conduzido por 2 mentores, e todos os 6 grupos focais utilizaram questionários qualitativos padronizados nas sessões, que foram realizadas a cada 45 dias. Foi realizada uma análise temática das transcrições, confirmada com o software QSR NVIVO (versão 11). Resultados: Um total de 40 alunos (15 homens e 25 mulheres) participaram deste estudo de um ano. As categorias encontradas foram: Os estímulos artísticos foram capazes de fazer os participantes pensarem (124 citações), sentirem (78, 65 sobre sentimentos positivos e 13 sobre sentimentos negativos) e lembrarem (41). Destacaram-se: a influência da carga horária de estudos no tempo dedicado às artes e às reflexões (61); relação entre arte e vida e produtividade acadêmica (75); mudanças de atitudes proporcionadas pelos estímulos artísticos propostos (38 citações). Conclusões: O programa foi capaz de gerar, de forma inovadora, novas percepções de sentimentos, sensações e reflexões, bem como evocar memórias que proporcionaram debates importantes, que, segundo os próprios alunos, serviram de inspiração para mudar perspectivas e atitudes e proporcionou benefícios subjetivos na vida acadêmica. [au]
Introduction: Debating arts during graduation can be a creative way to develop new perceptions and perspectives for medical students. To promote activities that aim to create moments involving humanistic themes, simultaneously to technical medical knowledge, such as arts and physical activities in a playful setting, remains a challenge. A extracurricular Global Improvement Programme of Medical Students (GIPMS) of the University of Fortaleza was created on this context, and included meetings involving various artistic stimuli. Purpose: The objective of this paper is to evaluate if the contact with art during graduation in the context of GIPMS can generate perceptions, feelings and reflections to provide important debates. Methods: A prospective qualitative study was conducted including a total of 42 focal group sessions, which were recorded and fully transcribed. Each group was conducted by 2 mentors, and all 6 focal groups used standardized qualitative questionnaires each session, which were performed every 45 days. A thematic analysis of the transcripts was performed, confirmed with the QSR NVIVO software (version 11). Results: A total of 40 students (15 men and 25 women) participated in this one-year study. The categories found were: Artistic stimuli were able to make participants think (124 quotes), feel (78, 65 about positive feelings and 13 about negative ones) and remember (41). The following stood out: the influence of the time load of studies in the time dedicated to the arts and the reflections. (61); relationship between the arts and life and academic productivity (75); changes in attitudes provided by the proposed artistic stimuli (38 citations). Conclusions: The program was able to generate, in an innovative way, new perceptions of feelings, sensations and reflections, as well as to evoke memories that provided important debates, which, according to the students themselves, served as inspiration to change perspectives and attitudes and provided subjective benefits in academic life. [au]
ABSTRACT
ABSTRACT Background: Malignant infarction of the middle cerebral artery (MCA) occurs in a subgroup of patients with ischemic stroke and early decompressive craniectomy (DC) is one of its treatments. Objective: To investigate the functional outcome of patients with malignant ischemic stroke treated with decompressive craniectomy at a neurological emergency center in Northeastern Brazil. Methods: Prospective cohort study, in which 25 patients were divided into two groups: those undergoing surgical treatment with DC and those who continued to receive standard conservative treatment (CT). Functionality was assessed using the modified Rankin Scale (mRS), at follow-up after six months. Results: A favorable outcome (mRS≤3) was observed in 37.5% of the DC patients and 29.4% of CT patients (p=0.42). Fewer patients who underwent surgical treatment died (25%), compared to those treated conservatively (52.8%); however, with no statistical significance. Nonetheless, the proportion of patients with moderate to severe disability (mRS 4‒5) was higher in the surgical group (37.5%) than in the non-surgical group (17.7%). Conclusion: In absolute values, superiority in the effectiveness of DC over CT was perceived, showing that the reduction in mortality was at the expense of increased disability.
RESUMO Introdução: O infarto maligno da artéria cerebral média (ACM) ocorre em um subgrupo de pacientes com acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico e a craniectomia descompressiva (CD) precoce é um de seus tratamentos. Objetivo: Investigar o desfecho funcional de pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico maligno submetidos à craniectomia descompressiva em um centro de emergência neurológica do nordeste do Brasil. Métodos: Nesta coorte prospectiva, os pacientes foram divididos em dois grupos: aqueles submetidos a tratamento cirúrgico com craniectomia descompressiva (CD) e aqueles que mantiveram tratamento conservador (TC) padrão. A funcionalidade foi avaliada por meio da Escala de Rankin modificada (ERm) ao final de seis meses de seguimento. Resultados: Evidenciou-se desfecho favorável (ERm≤3) em 37,5% dos pacientes craniectomizados e em 29,4% dos pacientes não craniectomizados (p=0,42). A mortalidade foi menor no grupo de pacientes que se submeteram a tratamento cirúrgico (25%) do que entre aqueles tratados conservadoramente (52,8%), porém sem significância estatística. Por outro lado, a proporção de pacientes com incapacidade moderada a grave (ERm 4‒5) foi maior no grupo cirúrgico (37,5%) do que no grupo não cirúrgico (17,7%). Conclusão: Em valores absolutos, percebeu-se superioridade na eficácia do tratamento cirúrgico sobre o conservador, mostrando que a redução de mortalidade se dá à custa de aumento da incapacidade funcional.